fundo

12 de junho de 2013

São coisas que (me) acontecem #3

É tão fácil perder uma criança.
É tudo tão rápido e tão imprevisível.

Um dia destes estava no hipermercado sozinha a fazer as compras e começo a reparar num miúdo pequeno (2 anos e meio, no máximo). Reparei nele porque andava com uma saca de kiwis na mão e parecia-me "muito solto".

Já tinha terminado as compras mas fiquei ali parada enquanto o via andar ao longo das caixas e ao mesmo tempo fui olhando para todos os lados à procura de uma mãe, um pai, alguém... NADA!  
Comecei a temer que ele saísse no hiper e fosse para o parque de estacionamento. Então corri atrás dele.

Sem querer pegar nele, ou tocar (por ter medo de ser mal interpretada) fui falando com ele e perguntava-lhe pela mamã, se ele não queria vir comigo procurar a mamã, como se chamava... Mas ele quase nada falava e continuava sempre a andar e repetia comigo "mamã". E eu sempre ao seu lado a tentar que ele não me fugisse e fosse para onde eu queria, ou seja, ir dando a volta ao hiper à procura.

Consegui, nesse entretanto, chamar a atenção de um empregado e dizer-lhe que era preciso anunciar o menino que estava perdido, ou procurar alguém que estaria com ele.

Nesta altura já deviam ter passado uns 10-15 minutos que andava atrás daquela criança, e mesmo sem ser o meu já me parecia terem passado 10horas.
Até que finalmente vejo uma senhora aproximar-se a chorar e imagino que seja a mãe. E era.

É tudo tão rápido. Os pequenos desaparecem num segundo.
E vim embora, ainda a tremer, e a temer um dia estar no papel contrário.


9 tretices:

Sofia Ferreira disse...

Já me aconteceu, e é terrível!!! Mas também já levei uma menina até à mãe :)
Bjs

Miú Segunda disse...

Brrrrrr, que arrepio, céus!

Há um livro de um autor inglês (Ian McEwan), intitulado "Sábado", que narra a história de um pai que vai ao supermercado num sábado de manhã e ali perde o filho de vista... para nunca mais.

E vem-me também sempre à memória o caso do Jamie Bulger. E já fiquei gelada :(

Temos sempre de ter mil olhos abertos na direcção deles, é bem certo!
Um beijinho e parabéns por teres agido, Raquel

Anónimo disse...

Nunca me aconteceu e peço a Deus para que nunca me aconteça. Porque realmente é uma situação que acontece em segundos e sem nos apercebermos de nada.
Até me aperta o coração só de pensar.

Magui disse...

Até fiquei nervosa ao ler... São coisas que acontecem, mas essa mãe teve muita sorte em seres tu a encontrar o menino e não outra pessoa que lhe quisesse fazer mal!

M.P. disse...

Aconteceu uma vez com um primo meu, que deveria ter pouco mais de dois anos na altura (agora tem quase vinte, céus!!!). Desapareceu-nos na praia. E olha que estávamos lá pelo menos 6/7 pessoas a olhar por ele. Foi o pânico. É uma sensação terrível.

Supimpona disse...

Até é difícil imaginar!!!!!!!! No meio do desespero a criança conseguiu voltar à mãe. O facto de dar atenção àquela situação ajudou a que as coisas corressem pelo melhor. Nem toda a gente faria o mesmo, infelizmente!
Beijinhos

Ana disse...

É assustador, mesmo! Também tenho um primo que se perdeu na praia e há uma dica importante quando isso acontece na praia: um dos adultos deve ficar no lugar da toalha, o outro deve procurar a criança sempre em sentido contrário ao do sol, porque normalmente os pequenos caminham nesse sentido (contrário ao do sol), já que assim veem melhor, na tentativa de encontrarem os pais.

Mom Butterfly disse...

Esse é um dos meus maiores medos quando estou com o R. fora de casa. E em casa também... às vezes sonho que acordo, vou ao quarto dele e ele não está!!! Acordo e vou a correr para ter a certeza que foi só um sonho...

amigos das onze horas disse...

Imagino o desespero daquela mãe.Isto acabou por se tornar um grande susto, mas podia ser muito pior.
Ainda bem que estavas atenta.
beijinhos

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